Todo o processo de "dar partida no carro quando o tempo está frio" pode ser um grande problema para as pessoas que vivem na região Norte dos Estados Unidos e, principalmente, para aquelas que vivem em lugares muito frios, como o Alasca. Há três fatores que explicam por que é difícil dar partida nos carros nessa situação.
1 - A gasolina, como qualquer outro líquido, evapora menos quando está frio. Você já deve ter visto isso – se você jogar água numa calçada quente, ela irá evaporar muito mais rápido do que em um lugar frio, como uma calçada na sombra. Quando fica muito frio, a gasolina evapora lentamente, assim, é mais difícil queimá-la (a gasolina deve ser vaporizada para queimar). Algumas pessoas borrifam éter em seus motores no inverno para ajudá-los a dar partida. Isto porque o éter evapora melhor do que a gasolina no frio.
2 - O óleo fica mais denso quando está frio. Provavelmente, você sabe que a calda de um doce ou mel frios no refrigerador são muito mais grossos do que quando estão quentes. Com o óleo acontece a mesma coisa. Assim, quando tentamos dar partida no motor frio, o motor encontra resistência para girar em meio ao óleo mais pegajoso e isso o torna mais difícil de ser acionado. Em regiões realmente frias, as pessoas devem usar óleo sintético no motor porque este tipo de óleo mantém-se líquido em baixas temperaturas.
3 - As baterias também apresentam problemas no frio. A bateria é uma caixa cheia de substâncias químicas que produzem elétrons. As reações químicas nas baterias dão-se mais devagar quando ela está fria, assim ela produz menos elétrons. Portanto, o motor de partida tem menos energia para funcionar quando tenta fazer o motor funcionar e isso faz com que o motor gire de forma mais lenta.
Estes três problemas podem impossibilitar a partida do motor quando o tempo está muito frio. Às vezes as pessoas deixam seus carros em garagens aquecidas ou utilizam "aquecedores de bloco" para contornar estes problemas. O aquecedor de bloco é um pequeno aparelho elétrico que vai instalado no bloco do motor, num dos orifícios de segurança para o caso de congelamento do líquido refrigerante, e que, ligado numa tomada na parede, mantém o motor aquecido.
No Brasil, álcool
No Brasil há outro combustível para automóveis e veículos comerciais leves além da gasolina: o álcool, também chamado de etanol. O grande problema do álcool é a partida do motor a frio mais difícil do que no caso da gasolina. Abaixo de 14° C o álcool tem vaporização difícil e por esse motivo os carros a álcool ou os flexíveis em combustível (que podem ser abastecidos com gasolina, álcool ou mistura dos dois em qualquer proporção) precisam de um sistema auxiliar de fornecimento de gasolina ao motor. Essa gasolina fica armazenada em um pequeno reservatório de cerca de meio litro e é enviada por uma pequena bomba para o coletor de admissão automaticamente sempre que a temperatura baixar de 14° C. A indústria automobilística tem trabalhado para abaixar essa temperatura crítica e no Corsa 1,4-litro 2008, flexível, ela já chegou a 8° C. Só abaixo disso é que ocorre o suprimento adicional automático de gasolina.
Nos EUA e Europa, E85
Nos EUA e na Europa, pouco a pouco o álcool vai sendo utilizado em carros flexíveis. Mas lá os governos optaram por uma mistura de 85% de álcool e 15% de gasolina, por isso mesmo chamado de E85 (E100 no Brasil, álcool puro). A decisão de estabelecer esse porcentual de gasolina deveu-se às necessidades de partida a frio em regiões de temperaturas médias baixas, sobretudo no inverno. Inclusive, no Norte dos EUA, durante três meses o E85 passa a E70, em que a mistura passa a conter 30% de gasolina. O mesmo deverá ocorrer nos países europeus mais frios.